Carta de Castello Branco ao coronel Helio Ibiapina (transcrição)
Rio, 2 de fevereiro de 1964
Meu caro Ibiapina
A minha viagem ao Ceará está confirmada, mas sem a passagem pelo Recife. O Caravelle foi cancelado e, em lugar, vai um Constellation, que, por aí, não passa. Lamento por não poder vê-lo e dizer-lhe uma porção de cousas.
Cresce a convicção de que se deve reagir ativamente, com iniciativa, no caso do sempre desejado golpe estatal.
Rio, 2 de fevereiro de 1964
Meu caro Ibiapina
A minha viagem ao Ceará está confirmada, mas sem a passagem pelo Recife. O Caravelle foi cancelado e, em lugar, vai um Constellation, que, por aí, não passa. Lamento por não poder vê-lo e dizer-lhe uma porção de cousas.
Cresce a convicção de que se deve reagir ativamente, com iniciativa, no caso do sempre desejado golpe estatal. Há, mesmo, um trabalho aberto, nada de conspiração, para mostrar aos camaradas, que é preciso, pela legalidade, agir ofensivamente.
Nesse trabalho, apresenta-se a definição de legalidade, baseada na evidência da conjuntura: “assegurar o funcionamento do Congresso, a coexistência com o Executivo e o Judiciário, garantir o processamento eleitoral, as eleições e a posse do eleito para 31 jan 66”.
Tem você aí a atualidade militar. O IVº Ex, na reação legalista, é básico. Basta durar na ação umas 48 horas. Não ficará só.
Junto a esta carta, vai uma outra para você mandar entregar ao Ten Cel Fonseca (ou major?) que, como [ILEGÍVEL] OE serviu no Parque. Passou para a reserva no fim do ano passado. (Última hora: esta carta não segue.)
Faço votos que as meninas se divirtam no Carnaval. Como eu me lembro delas, alegres, e alegremente comportadas no jogo do Cassino do 14 RI! A Argentina não as perdia de vista e seguia o sorriso aberto de cada uma delas.
Minhas recomendações a Dona Zilma. Aceite um abraço muito amigo do seu velho camarada.
Castello