Tancredo Neves na mira da “tigrada”
Um informe do Centro de Informações do Exército (CIE), de 11 de março de 1975, apontou que o então deputado federal Tancredo Neves manteve contato com representante do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB). À época, os comunistas atuavam na clandestinidade e viviam sob intensa perseguição da “tigrada” — expressão que designava o aparelho repressivo montado pela ditadura. O documento detalhava investigações sobre pautas e articulações do PCB para as eleições gerais de 1974 — a primeira eleição realizada pelo governo de Ernesto Geisel (1974-1979) —, que renovariam um terço das cadeiras do Senado e todas as cadeiras da Câmara dos Deputados.
Um informe do Centro de Informações do Exército (CIE), de 11 de março de 1975, apontou que o então deputado federal Tancredo Neves manteve contato com representante do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB). À época, os comunistas atuavam na clandestinidade e viviam sob intensa perseguição da “tigrada” — expressão que designava o aparelho repressivo montado pela ditadura. O documento detalhava investigações sobre pautas e articulações do PCB para as eleições gerais de 1974 — a primeira eleição realizada pelo governo de Ernesto Geisel (1974-1979) —, que renovariam um terço das cadeiras do Senado e todas as cadeiras da Câmara dos Deputados.
Segundo o informe, havia equidade entre as pautas defendidas pelo PCB e pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de Tancredo. De oposição moderada, o MDB era o principal adversário da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido governista. Relata o informe: “Comparando-se esta cartilha com a resolução política adotada pelo VI Congresso do PCB, em dezembro de 1967, reformulada na reunião do CC [Comitê Central do PCB] de Novembro de 1973, verifica-se que as teses políticas defendidas pelo MDB são as mesmas preconizadas pelo PCB.”
Para os militares, o PCB havia decidido “participar ativamente das eleições”, inscrevendo candidatos apoiados pelo partido na sigla do MDB, além de incentivar voto nos “democratas” para derrotar os “reacionários” do governo e da Arena.