A “linha dura” do regime na visão do presidente Geisel
Em conversa com Hugo Abreu, chefe do Gabinete Militar, Geisel afirmou que os radicais não passavam de zurrapas
A expressão “linha dura”, que começou a ser empregada pouco depois do golpe de 1964, se referia aos militares radicais que defendiam o endurecimento do regime. Mas também serviu para caracterizar os que atravessavam a fronteira da indisciplina. Espalhada pelos quartéis e à direita do regime, a “linha dura” se opunha à vontade do então presidente Castello Branco de limitar os poderes excepcionais de que dispunha, a fim de normalizar a vida política nacional.
A expressão “linha dura”, que começou a ser empregada pouco depois do golpe de 1964, se referia aos militares radicais que defendiam o endurecimento do regime. Mas também serviu para caracterizar os que atravessavam a fronteira da indisciplina. Espalhada pelos quartéis e à direita do regime, a “linha dura” se opunha à vontade do então presidente Castello Branco de limitar os poderes excepcionais de que dispunha, a fim de normalizar a vida política nacional.
O general Geisel, no entanto, preferia nomear essa turma de um modo particular. Foi o que revelou em 1975, durante conversa com o chefe do Gabinete Militar da Presidência, general Hugo Abreu, quando este afirmou que “a linha dura não existe”. “Existe sim”, rebateu o presidente. “Chaves, Ruy, os dois Helios, o Boaventura, o Araripe, o Natalino (Sebastião Chaves, Ruy Castro, Helio Lemos, Hélio Mendes, Luis de Alencar Araripe, Francisco Boaventura e Natalino de Brito). Os zurrapas de maneira geral”, definiu.
A conversa foi registrada no dia 15 de abril pelo secretário do presidente, Heitor Ferreira, em seu diário.