Figueiredo pede socorro a Reagan
O general João Baptista Figueiredo (1979-1985) comandou uma economia em colapso. O Milagre Econômico (1968-1973) — período em que o crédito barato e abundante no exterior financiou o crescimento do PIB — chegara ao fim, com imenso prejuízo para o equilíbrio das contas públicas. A recessão veio em 1981.
A crise da dívida externa nos países latino-americanos — cujo ponto culminante foi a moratória do México, em 1982 — e o aumento dos juros pelos Estados Unidos para controlar a inflação, mais a alta do barril de petróleo após a Revolução Iraniana (1979), impuseram condições externas que estrangularam as finanças do governo brasileiro.
O general João Baptista Figueiredo (1979-1985) comandou uma economia em colapso. O Milagre Econômico (1968-1973) — período em que o crédito barato e abundante no exterior financiou o crescimento do PIB — chegara ao fim, com imenso prejuízo para o equilíbrio das contas públicas. A recessão veio em 1981.
A crise da dívida externa nos países latino-americanos — cujo ponto culminante foi a moratória do México, em 1982 — e o aumento dos juros pelos Estados Unidos para controlar a inflação, mais a alta do barril de petróleo após a Revolução Iraniana (1979), impuseram condições externas que estrangularam as finanças do governo brasileiro.
A situação era tão delicada que, em 1983, com o país quebrado, Figueiredo ligou para o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, pedindo ajuda para cobrir as contas do Brasil, que ficara sem reservas. Solícito, Reagan enviou uma carta ao general: “Tenho a satisfação de lhe informar que conseguimos acomodar o assunto que discutimos recentemente. Isso foi conseguido no espírito de amizade que certamente será duradouro”.
Em seguida, o ministro das Relações Exteriores, Ramiro Saraiva Guerreiro, encaminhou a Figueiredo uma sugestão de resposta à carta de Reagan sem mencionar a verdadeira razão do socorro, que era a falta de dinheiro no cofre do Brasil: “A pronta e positiva resposta de Vossa Excelência à minha solicitação demonstra, mais uma vez, a amizade que existe entre os nossos dois países e indica o claro entendimento de que os problemas econômicos enfrentados pelo Brasil têm conotações globais e de que a cooperação internacional é o melhor instrumento para a proteção e salvaguarda de interesses comuns”.
Do jeito que a resposta foi redigida, parecia que era Reagan quem estava pedindo ajuda.