A caderneta de telefones de Heitor Ferreira
Quando o general Golbery do Couto e Silva foi nomeado chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), em junho de 1964, levou consigo como assistente o capitão Heitor Ferreira. Heitor mantinha uma caderneta de telefones com os principais contatos dos quais seu chefe direto frequentemente necessitava.
Quando o general Golbery do Couto e Silva foi nomeado chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), em junho de 1964, levou consigo como assistente o capitão Heitor Ferreira. Heitor mantinha uma caderneta de telefones com os principais contatos dos quais seu chefe direto frequentemente necessitava.
Naquele ano, a caderneta de telefones de Heitor Ferreira indicava que a construção do SNI, de um lado, se ligava a uma parte da velha ordem e, de outro, a personagens de uma nobiliarquia emergente. Junto a estrelas da política, como Carlos Lacerda, estavam empresários como Bento Ribeiro Dantas, principal acionista da companhia aérea Cruzeiro do Sul; donos de jornais, como Roberto Marinho, de O Globo, e Nascimento Brito, do Jornal do Brasil; políticos ainda sem projeção nacional, como o gaúcho Paulo Brossard; e escritores de renome, como Adonias Filho e José Honório Rodrigues.
Na mesma lista perfilavam-se também militares ainda desconhecidos, como o general Garrastazu Médici, que à época comandava a Academia Militar das Agulhas Negras (RJ); o coronel Hugo Abreu, chefe do estado-maior da 1a Divisão de Infantaria; e o tenente-coronel Mário Andreazza, um simples oficial de gabinete do ministro da Guerra.