Mãe relata suicídio de filho a Figueiredo
Em 1983, o presidente João Baptista Figueiredo (1979-1985) colecionava prejuízos decorrentes da intensa crise econômica que devastou as contas públicas em seu governo. A inflação chegara a 211% e a dívida externa batera os 90 bilhões de dólares. Não havia dinheiro para pagar compromissos que estavam vencendo e o país entrara em uma “moratória branca”.
O PIB, que sofrera forte contração em 1981 (-4,5%), fecharia o ano de 1983 com nova decepção (-2,9%). A taxa de desemprego de 1983 chegaria ao pico de 4,72%, e a renda per capita dos brasileiros caíra de 987,00 cruzeiros em 1979 para 819,42 cruzeiros.
Em 1983, o presidente João Baptista Figueiredo (1979-1985) colecionava prejuízos decorrentes da intensa crise econômica que devastou as contas públicas em seu governo. A inflação chegara a 211% e a dívida externa batera os 90 bilhões de dólares. Não havia dinheiro para pagar compromissos que estavam vencendo e o país entrara em uma “moratória branca”.
O PIB, que sofrera forte contração em 1981 (-4,5%), fecharia o ano de 1983 com nova decepção (-2,9%). A taxa de desemprego de 1983 chegaria ao pico de 4,72%, e a renda per capita dos brasileiros caíra de 987,00 cruzeiros em 1979 para 819,42 cruzeiros.
Em maio daquele ano, Figueiredo recebeu uma carta de Gilda Machado, cujo filho, que tinha uma pequena empresa de construção civil, suicidara-se com um tiro no peito. Segundo ela, os negócios do filho iam “razoavelmente bem” até que chegou “um ponto em que começaram as dificuldades”. Endividado, sem conseguir receber seus dividendos, viu-se obrigado a recorrer a agiotas. Esforçou-se para honrar as dívidas, “mas chegou a um ponto em que não viu mais nada, não viu outra saída e deu um tiro no coração”.
“Tudo isto foi por causa da política econômica do Delfim.” Delfim Netto era então ministro do Planejamento e chefe da equipe econômica do governo Figueiredo. Chegou ao palácio com a expertise de ter gerido o Milagre Econômico, porém suas tentativas de reerguer as finanças do país fracassaram. “Não é só da família e amigos. Dos conhecidos e pessoas do Estado estão comentando: mais uma vítima do Delfim.”
Gilda ainda diz na carta que, no dia do enterro do filho, soube que Delfim Netto “apareceu na televisão falando que tudo está indo bem. Bem? (...) Pense, por favor”.
Figueiredo anotou na carta, dirigindo-se a seu secretário, Heitor Ferreira: “!!! Não entendo mais nada!”