Inquietação nas casernas
Um expediente secreto do chefe do Gabinete Militar de Geisel (1974-1979), general Hugo Abreu, analisava o descontentamento dos militares com o governo. Datado de 17 de março de 1975 e intitulado “Inquietação na área militar”, trazia informações retiradas de informes dirigidos à Presidência e de uma “investigação, particularmente entre elementos do Exército”. E resumia os três principais problemas nas casernas: baixos salários, desconfianças do setor conhecido como “linha dura”, que era contra a distensão política, e a atuação de Golbery, ministro do Gabinete Civil, em favor desta.
Um expediente secreto do chefe do Gabinete Militar de Geisel (1974-1979), general Hugo Abreu, analisava o descontentamento dos militares com o governo. Datado de 17 de março de 1975 e intitulado “Inquietação na área militar”, trazia informações retiradas de informes dirigidos à Presidência e de uma “investigação, particularmente entre elementos do Exército”. E resumia os três principais problemas nas casernas: baixos salários, desconfianças do setor conhecido como “linha dura”, que era contra a distensão política, e a atuação de Golbery, ministro do Gabinete Civil, em favor desta.
Hugo reconhecia que o panfleto “Novela da traição”, feito por oficiais ligados à ultradireita para acusar Golbery de trair os “ideais da Revolução de 1964”, havia conseguido “certa ressonância” nas Forças Armadas. Na Brigada Paraquedista o comandante teria perdido “o controle e a confiança da tropa”, especialmente devido à questão salarial.
Os problemas dos setores de “linha dura” com o governo se relacionavam, principalmente, com os termos da abertura anunciada por Geisel. Eles se preocupavam com a quantidade de pedidos de informação sobre presos políticos feitos “por órgãos do Governo” e os interpretavam como “manifestações de fraqueza” do presidente, em relação às denúncias de tortura. Esses militares também temiam restrições aos trabalhos dos órgãos de inteligência, como o Serviço Nacional de Informações (SNI).