Golbery e o terrorismo de Estado
Desde 1977, atentados a bomba vinham acontecendo em várias cidades brasileiras. Quando João Baptista Figueiredo (1979-1985) assumiu a Presidência, os ataques se tornaram mais frequentes e mais violentos. Militares lotados nos órgãos de inteligência, a chamada “comunidade de informações”, atuavam como grupos terroristas.
O objetivo, além de intimidar opositores ao governo e sufocar a “imprensa nanica” — publicações de jornalismo alternativo —, era criar um clima de pânico na população que justificasse a manutenção dos instrumentos da repressão. No início do governo Figueiredo, contudo, os grupos armados da esquerda já haviam sido desarticulados.
Desde 1977, atentados a bomba vinham acontecendo em várias cidades brasileiras. Quando João Baptista Figueiredo (1979-1985) assumiu a Presidência, os ataques se tornaram mais frequentes e mais violentos. Militares lotados nos órgãos de inteligência, a chamada “comunidade de informações”, atuavam como grupos terroristas.
O objetivo, além de intimidar opositores ao governo e sufocar a “imprensa nanica” — publicações de jornalismo alternativo —, era criar um clima de pânico na população que justificasse a manutenção dos instrumentos da repressão. No início do governo Figueiredo, contudo, os grupos armados da esquerda já haviam sido desarticulados.
No dia 27 de abril de 1980, Golbery do Couto e Silva, chefe do Gabinete Civil, reuniu-se com a cúpula do governo. Nas anotações dessa reunião está registrado que ele mencionou “um atentado contra a filha do marechal Cordeiro de Farias”. Cordeiro, além de ser um veterano de insurreições militares, comandara a artilharia da Força Expedicionária Brasileira, fora governador de Pernambuco e do Rio Grande do Sul e ministro do Interior no início da ditadura. Porém, àquela época, era defensor da abertura do regime.
No mesmo ano, o terrorismo de Estado mudou de patamar quando uma carta-bomba explodiu, em 27 de agosto, nas mãos de Lyda Monteiro da Silva, secretária do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), matando-a. Golbery alertou para o risco de atentados mais graves “se, por acaso, não se conseguir descobrir os autores em prazo curto”.
No dia 30 de abril de 1981, dentro de um carro no estacionamento do Riocentro, no Rio de Janeiro, onde cerca de 10 mil pessoas assistiam a um show, uma bomba explodiu no colo de um sargento lotado no DOI do I Exército, matando-o, e estripando um capitão, que sobreviveu.
A crise desencadeada pelo atentado no Riocentro fez com que Golbery abandonasse o governo Figueiredo, rompendo com o general que ajudara a colocar na Presidência.
Foto do destaque: Ricardo Chaves/Abril Comunicações S/A