Ameaças à família de Golbery
A pressão sob a qual viviam alguns membros do regime militar era considerável e podia chegar ao nível da intimidação e das ameaças. Era o caso de Golbery do Couto e Silva, chefe do Gabinete Civil de Ernesto Geisel, e sua mulher, Esmeralda. Os incidentes estão registrados em quatro folhas datilografadas em que se relatam telefonemas suspeitos feitos para a casa do ministro em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Golbery não costumava guardar seus papéis e quase sempre os repassava a Heitor Ferreira, secretário do presidente. Esse maço de folhas, no entanto, permaneceu em sua posse até pouco antes de sua morte, em 1987.
A pressão sob a qual viviam alguns membros do regime militar era considerável e podia chegar ao nível da intimidação e das ameaças. Era o caso de Golbery do Couto e Silva, chefe do Gabinete Civil de Ernesto Geisel, e sua mulher, Esmeralda. Os incidentes estão registrados em quatro folhas datilografadas em que se relatam telefonemas suspeitos feitos para a casa do ministro em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Golbery não costumava guardar seus papéis e quase sempre os repassava a Heitor Ferreira, secretário do presidente. Esse maço de folhas, no entanto, permaneceu em sua posse até pouco antes de sua morte, em 1987.
O primeiro telefonema, em 11 de setembro de 1974, foi de sondagem – uma pessoa não identificada fazia perguntas sobre os hábitos de Golbery e de sua esposa e sobre a segurança da casa. Semanas depois, outros telefonemas sugeriram o sequestro de Esmeralda, o que não chegou a acontecer. Por via das dúvidas, porém, no dia seguinte ela seguiu para Brasília, onde estava o marido. Na mesma época, panfletos contra o governo Geisel e sua política de abertura começavam a circular nos quartéis. Outros telefonemas similares, perguntando sobre Golbery e a segurança da casa, foram registrados nos anos seguintes.