Adhemar de Barros e a previsão do golpe
No fim de 1963, o Brasil estava passando por uma de suas maiores crises políticas. O governo de João Goulart se encontrava cada vez mais encurralado e um confronto definitivo entre as forças de oposição e os apoiadores do presidente já se desenhava no horizonte. Foi esse o tema de uma conversa no dia 9 de dezembro daquele ano entre o subsecretário de Estado americano Wiliam Averell Harriman e o governador de São Paulo, Adhemar de Barros.
No fim de 1963, o Brasil estava passando por uma de suas maiores crises políticas. O governo de João Goulart se encontrava cada vez mais encurralado e um confronto definitivo entre as forças de oposição e os apoiadores do presidente já se desenhava no horizonte. Foi esse o tema de uma conversa no dia 9 de dezembro daquele ano entre o subsecretário de Estado americano Wiliam Averell Harriman e o governador de São Paulo, Adhemar de Barros.
Tratava-se de um encontro de figuras importantes. Harriman havia sido governador de Nova York e candidato à presidência dos Estados Unidos nas primárias do Partido Democrata. Adhemar fora interventor de Getulio Vargas em São Paulo, governador eleito duas vezes e prefeito da capital do estado. Na reunião, o governador paulista disse a Harriman que o governo seria derrubado por um golpe militar dentro de três a cinco meses.
De fato, o movimento militar que derrubou Goulart começou cinco meses após essa conversa. Mas só 25 anos depois o povo brasileiro teria a oportunidade de escolher seu presidente de modo direto novamente. Adhemar de Barros não concluiu o mandato de governador: foi cassado em junho de 1966 devido a desentendimentos com o regime militar, estabelecido dois anos antes.
Legenda: 1968. Adhemar Pereira de Barros, rezando. Crédito: Luigi Mamprin/Coleção Abril/Latinstock