SNI vigia Maluf
O ritual de sucessão presidencial em 1984 determinava que o candidato a ocupar o posto do general João Baptista Figueiredo (1979-1985) fosse indicado em convenção do partido governista (a Arena, posteriormente Partido Democrático Social – PDS), para, em seguida, ser referendado pelo Colégio Eleitoral. Anteriormente, Médici escolhera Geisel sem ouvir o partido e o mesmo acontecera quando Geisel escolheu Figueiredo.
Os tempos mudaram e, em 1978, quando Paulo Maluf venceu a convenção do PDS, pela primeira vez surgiu um candidato que disputaria a Presidência sem depender do apoio exclusivo do palácio. Maluf derrotou o candidato indicado por Geisel, Laudo Natel, e se tornou governador de São Paulo, gestor de um dos maiores orçamentos públicos do país.
O ritual de sucessão presidencial em 1984 determinava que o candidato a ocupar o posto do general João Baptista Figueiredo (1979-1985) fosse indicado em convenção do partido governista (a Arena, posteriormente Partido Democrático Social – PDS), para, em seguida, ser referendado pelo Colégio Eleitoral. Anteriormente, Médici escolhera Geisel sem ouvir o partido e o mesmo acontecera quando Geisel escolheu Figueiredo.
Os tempos mudaram e, em 1978, quando Paulo Maluf venceu a convenção do PDS, pela primeira vez surgiu um candidato que disputaria a Presidência sem depender do apoio exclusivo do palácio. Maluf derrotou o candidato indicado por Geisel, Laudo Natel, e se tornou governador de São Paulo, gestor de um dos maiores orçamentos públicos do país.
Ele era apenas um milionário quando o general Costa e Silva (1964-1969) lhe deu a prefeitura de São Paulo, em 1968. Em 1982, o candidato apoiado por Maluf para sucedê-lo no governo de São Paulo foi derrotado por Franco Montoro (MDB-SP). Contudo, Maluf foi eleito deputado federal com a maior votação já ocorrida no país até então (673 mil votos). Aportou em Brasília com um objetivo: tornar-se presidente da República.
Em março de 1983, o senador Tancredo Neves (MDB-MG) avisou: “O candidato do presidente Figueiredo à sua sucessão deverá resultar do consenso interpartidário, porque do contrário o ex-governador Paulo Maluf ganhará a convenção do PDS e terá boas chances de ser eleito pelo Colégio Eleitoral”. Figueiredo era contra, embora não tivesse um nome na ponta da língua para sucedê-lo.
Ao menos uma vez o Serviço Nacional de Informações (SNI) monitorou Maluf. Numa visita ao Rio de Janeiro, no fim de março de 1983, o SNI listou sua agenda política e apontou pessoas influentes com as quais ele se encontrara: Antônio Carlos Magalhães, Afonso Arinos e o dono do Jornal do Brasil, Nascimento Brito. Ao fim, o SNI informou: “O retorno de Paulo Maluf a São Paulo está previsto para a manhã de 30 Mar [30 de março], com vistas ao comparecimento à comemoração de 31 de Março, no QG/II Ex [Quartel General do II Exército]”.
Foto do destaque: Dimitrios Stefanidis/Getty Images