SNI ouve amigo de Golbery
Após sua conturbada saída do governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985), o ex-ministro do Gabinete Civil Golbery do Couto e Silva comprou um sítio em Luziânia, a cinquenta quilômetros de Brasília, para passar os dias.
Golbery chegara à exaustação após evidenciar que a Presidência protegia membros do DOI e do CIE suspeitos de envolvimento em ações terroristas, como a ocorrida no atentado à bomba no Riocentro, no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1981.
Golbery abandonou o governo rompido com Figueiredo em 5 de agosto de 1981, três meses depois do atentado. Pouco depois, tornou-se diretor do Banco Cidade, de seu amigo Edmundo Safdiê, ocupando uma sala no primeiro andar de sua agência, no Plano Piloto de Brasília.
Após sua conturbada saída do governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985), o ex-ministro do Gabinete Civil Golbery do Couto e Silva comprou um sítio em Luziânia, a cinquenta quilômetros de Brasília, para passar os dias.
Golbery chegara à exaustação após evidenciar que a Presidência protegia membros do DOI e do CIE suspeitos de envolvimento em ações terroristas, como a ocorrida no atentado à bomba no Riocentro, no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1981.
Golbery abandonou o governo rompido com Figueiredo em 5 de agosto de 1981, três meses depois do atentado. Pouco depois, tornou-se diretor do Banco Cidade, de seu amigo Edmundo Safdiê, ocupando uma sala no primeiro andar de sua agência, no Plano Piloto de Brasília.
Após o afastamento do governo, Golbery engajou-se na candidatura à Presidência do ex-governador de São Paulo e então deputado federal Paulo Maluf.
Um informe do Serviço Nacional de Informações (SNI), de 22 de março de 1983, cujo assunto era “sucessão presidencial”, confirma a predileção de Golbery por Maluf. O Serviço vigiava o escritório do general e interceptava o telefone do médico carioca Guilherme Romano, amigo e hóspede frequente de Golbery em seu sítio.
A transcrição de uma das interceptações: “Disse Romano que Golbery não está definido por uma candidatura à Presidência da República, mas tem, em primeiro lugar, Aureliano Chaves e, em segundo Paulo Maluf, candidatos preferenciais.”
Golbery, fundador do SNI durante o governo Castello Branco e homem forte na gestão de Ernesto Geisel (1968-1974), era então espionado pela “comunidade de informações” cujas ações denunciara ao sair do governo.
Foto do destaque: Michael Blann/Getty Images