Perdigão pôs os tanques na rua
O tenente Freddie Perdigão, então com 26 anos, estava no quartel do 1o Regimento de Reconhecimento Mecanizado, o RecMec, na manhã de 31 de março de 1964, quando a notícia da rebelião do general Olympio Mourão Filho, que derrubaria o presidente João Goulart, o Jango, chegou à Vila Militar do Rio de Janeiro.
Cumprindo ordens, Perdigão saiu de tanque para defender a legalidade e proteger o quartel-general. À noite, com cinco blindados M-41 sob seu comando, manteve-se na entrada do palácio Laranjeiras, onde estava João Goulart.
O tenente Freddie Perdigão, então com 26 anos, estava no quartel do 1o Regimento de Reconhecimento Mecanizado, o RecMec, na manhã de 31 de março de 1964, quando a notícia da rebelião do general Olympio Mourão Filho, que derrubaria o presidente João Goulart, o Jango, chegou à Vila Militar do Rio de Janeiro.
Cumprindo ordens, Perdigão saiu de tanque para defender a legalidade e proteger o quartel-general. À noite, com cinco blindados M-41 sob seu comando, manteve-se na entrada do palácio Laranjeiras, onde estava João Goulart.
Na tarde do dia 1o de abril, depois que Jango deixou o palácio Laranjeiras e voou para Brasília, o tenente levou seus tanques para o palácio Guanabara, onde Carlos Lacerda, principal adversário de Jango, aguardava o desfecho da situação política. Perdigão se encontrou com pessoas mal-armadas em festa, com lenços azuis no pescoço, aliviadas por não terem sido atacadas por tropas legalistas. A rebelião triunfara.
Perdigão continuou no Exército e chegou a tenente-coronel. Fez carreira no porão da ditadura. Esteve na “Casa da Morte”, em Petrópolis (RJ), local clandestino criado para servir de cativeiro e palco de tortura de militantes de esquerda capturados, e na Agência do Rio do Serviço Nacional de Informações (SNI). Participou de atos terroristas orquestrados por militares, inclusive o ato frustrado do Riocentro, no Rio de Janeiro, quando 10 mil pessoas assistiam a um show e dois militares morreram. Esteve envolvido nos acontecimentos que sucederam os assassinatos do ex-deputado Rubens Paiva e do jornalista Alexandre von Baumgarten.
Freddie Perdigão morreu em 1996, aos sessenta anos. Até hoje não se conhece seu rosto.
Foto do destaque: OSABEE