Hugo Abreu e os desaparecidos
Em fevereiro de 1975, devido às crescentes denúncias de tortura e morte nas prisões brasileiras, o MDB elaborou um requerimento com 138 assinaturas (35 a mais do que o necessário, segundo o regimento parlamentar) convocando o ministro da Justiça, Armando Falcão, para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados. A iniciativa do partido de oposição motivou uma “Informação para o sr. Presidente”, redigida pelo chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, na qual este refletia sobre “a inconveniência de que o assunto fosse tratado no Congresso”.
Em fevereiro de 1975, devido às crescentes denúncias de tortura e morte nas prisões brasileiras, o MDB elaborou um requerimento com 138 assinaturas (35 a mais do que o necessário, segundo o regimento parlamentar) convocando o ministro da Justiça, Armando Falcão, para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados. A iniciativa do partido de oposição motivou uma “Informação para o sr. Presidente”, redigida pelo chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, na qual este refletia sobre “a inconveniência de que o assunto fosse tratado no Congresso”.
A informação funcionou como um alerta de que a área militar veria com “desconfiança” o envolvimento do Congresso em tão delicado tema. Segundo Abreu, “a convocação poderia ser o primeiro passo de um processo de contestação, de consequências imprevisíveis”. Sob clima de grande tensão, 108 deputados acabaram retirando a assinatura do requerimento e ele não seguiu adiante.
Entretanto, como mais denúncias de maus-tratos, torturas e desaparecimentos chegassem à Presidência, o governo incumbiu Armando Falcão de divulgar uma nota na imprensa dando conta do paradeiro de 22 desaparecidos. Quando a nota finalmente saiu, abordando o caso de 27 pessoas, trazia erros impressionantes, como o nome de quatro cidadãos que nunca haviam sumido.