Geisel de olho em Hugo Abreu
Contrariado com a escolha feita por Ernesto Geisel (1974-1978) para sua sucessão na Presidência, o chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, demitiu-se do governo assim que foi comunicado que o presidente seguinte seria o general João Baptista Figueiredo.
Abreu chegou a escrever para Geisel denunciando o que seria “uma bem urdida manobra” para impor a indicação de Figueiredo ao Colégio Eleitoral – feito que, na opinião do militar, constituía uma “grande farsa”. Para ele, decidir-se por Figueiredo dividiria as Forças Armadas e os levaria “a descer na escala hierárquica”, já que, como general de divisão, faltaria ao futuro presidente a quarta estrela de general de exército.
Contrariado com a escolha feita por Ernesto Geisel (1974-1978) para sua sucessão na Presidência, o chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu, demitiu-se do governo assim que foi comunicado que o presidente seguinte seria o general João Baptista Figueiredo.
Abreu chegou a escrever para Geisel denunciando o que seria “uma bem urdida manobra” para impor a indicação de Figueiredo ao Colégio Eleitoral – feito que, na opinião do militar, constituía uma “grande farsa”. Para ele, decidir-se por Figueiredo dividiria as Forças Armadas e os levaria “a descer na escala hierárquica”, já que, como general de divisão, faltaria ao futuro presidente a quarta estrela de general de exército.
Abreu criticava o “esquema palaciano” e apoiava, de maneira moderada, a escolha de um civil para a Presidência – no comunicado que escreveu a Geisel, chega a mencionar Ney Braga e Aureliano Chaves como possíveis sucessores civis.
Mesmo com a atitude intempestiva, Abreu foi promovido a general de exército poucos meses após a demissão. A paixão política que o fez sair do governo não se concretizou, porém, em militância pública e ele se manteve reservado.
Ainda assim, em janeiro de 1978, Geisel, por cautela, solicitou a seu secretário, Heitor Ferreira, que organizasse “um dossier de tudo o que vem sendo publicado em relação à demissão do Hugo e suas consequências”.
Em maio daquele ano, o Estadão publicou que Hugo Abreu poderia ser o candidato militar do MDB, partido de oposição. Contudo, sua chances de liderar a oposição eram irreais.
Foto do destaque: Keystone/Hulton Archive/Getty Images