Geisel e Golbery concordam: há fascistas por perto
Ao analisar informes da instituição, secretário de Geisel conclui que nela havia “um bocado de companheiro fascista”
O presidente Ernesto Geisel, seu secretário particular, Heitor Ferreira, e o chefe do Gabinete Civil, Golbery do Couto e Silva, tinham por hábito manter uma intensa comunicação por meio de pequenos bilhetes que correspondiam aos e-mails informais de hoje. Por volta de 1975, Heitor mandou a seguinte notinha aos dois:
Estou acompanhando os informes do SNI, as sínteses e conclusões etc., e vejo que há um bom bocado de companheiros que é fascista e não sabe.
Estão repetindo fórmulas e caminhos que deram em água de barrela não poucas vezes.
“Nativistas”, nacionalistas, duros, paraquedistas, radicais, ultras. Só falta aparecer o general Massu. E há candidatos, lá isso não falta.
O presidente Ernesto Geisel, seu secretário particular, Heitor Ferreira, e o chefe do Gabinete Civil, Golbery do Couto e Silva, tinham por hábito manter uma intensa comunicação por meio de pequenos bilhetes que correspondiam aos e-mails informais de hoje. Por volta de 1975, Heitor mandou a seguinte notinha aos dois:
Estou acompanhando os informes do SNI, as sínteses e conclusões etc., e vejo que há um bom bocado de companheiros que é fascista e não sabe.
Estão repetindo fórmulas e caminhos que deram em água de barrela não poucas vezes.
“Nativistas”, nacionalistas, duros, paraquedistas, radicais, ultras. Só falta aparecer o general Massu. E há candidatos, lá isso não falta.
Golbery escreveu na mensagem: “Certo”. Geisel anotou: “De acordo!”.
O general Jacques Massu, comandante francês na guerra de independência da Argélia, se tornou conhecido pela montagem de uma máquina repressiva que fez da tortura seu método de interrogatório, e dos desaparecimentos seu meio de intimidação.