CIA e SNI: uma boa vizinhança
Logo após sua criação, em 1964, o Serviço Nacional de Informações (SNI) ampliou seus laços internacionais ao estabelecer colaboração com o governo americano, por meio da Central Intelligence Agency (CIA). Um resumo datilografado de duas páginas, sem assinatura, apresenta “sugestões para um acordo oral” de catorze pontos entre os dois serviços de inteligência: dez sob a responsabilidade da CIA e quatro do SNI.
Logo após sua criação, em 1964, o Serviço Nacional de Informações (SNI) ampliou seus laços internacionais ao estabelecer colaboração com o governo americano, por meio da Central Intelligence Agency (CIA). Um resumo datilografado de duas páginas, sem assinatura, apresenta “sugestões para um acordo oral” de catorze pontos entre os dois serviços de inteligência: dez sob a responsabilidade da CIA e quatro do SNI.
Entre outras coisas, a CIA propunha o envio de um funcionário especializado ao Brasil para “colaborar na montagem e no desenvolvimento do Serviço brasileiro”, comprometendo-se a fornecer todas “as pistas operacionais específicas que se tornarem disponíveis a respeito de atividades subversivas no Brasil”. Por seu turno, o SNI afirmava que não repassaria a terceiros o material que recebesse, além de trabalhar em conjunto com os americanos compartilhando informações obtidas sobre “subversivos específicos”.
Stephen Creane foi o funcionário da CIA mais ativo no contato com os brasileiros, tratando de diversos assuntos diretamente com o general Golbery do Couto e Silva, criador e primeiro chefe do SNI. Um dos temas discutidos entre eles foi a elaboração da Lei de Segurança Nacional, promulgada como Decreto-Lei no 314, em 13 março de 1967, que definia os crimes contra a ordem política e social no país tendo em vista combater, principalmente, ações consideradas subversivas pelo regime.